Artigo
O Alfa Romeo Spider
O conversível Alfa Romeo Spider encanta a todos com a sua rara beleza e originalidade.

Os conversíveis sempre fizeram parte da gloriosa história da Alfa Romeo, desde o primogênito Alfa Torpedo Spider de 1911 até os Famosos Duetto Spider da década de 1960. São certamente carros de prestígio em qualquer marca, por unir o prazer esportivo à liberdade do vento. Tanto que nos mais de 90 anos de história da Alfa Romeo, foram pouquíssimos os momentos em que a marca italiana deixou de produzir um descapotável, como no período da Segunda Guerra. Sempre havia seqüência de lançamentos, quando um conversível saía de linha, outro mais moderno e bonito entrava em seu lugar.
O mais recente representante da marca na categoria “esportivo-liberdade” é o Alfa Romeo Spider. Lançado no Salão de Paris de 1994, o carro foi criado para substituir o conversível de mesmo nome, mas que mantinha o projeto antiquado há mais de 25 anos.
O Alfa Romeo Spider segue uma fórmula que mistura tendências de diversas épocas, com detalhes futuristas como os seus faróis recortados pelo capô.
A primeira coisa que impressiona no Spider é o seu belíssimo design, que retira suspiros de qualquer um que o olhe. Seu desenho é assinado em conjunto pelo Centro Stile Alfa Romeo, em Arese e pelo Estúdio Pininfarina. Foi inspirado nos clássicos dos anos 60 e 70, com uma pitada de linhas futuristas. Essa mistura italiana foi uma das melhores receitas já feitas nos carros atuais, tanto que em 1995 a conceituada revista inglesa Car escolheu os faróis do Spider como sendo o detalhe do ano em automóveis.
A frente do Spider realmente é a parte que mais chama atenção no carro, principalmente seu conjunto ótico, dotado de dois pares de pequenos faróis redondos inspirados no carro-conceito Protéo, cortados pelo próprio capô, uma grande inovação estilística. Ao centro, em destaque, como sempre está o Cuore Sportivo, símbolo da Alfa Romeo, de pequeno tamanho, que guiam dois vincos diagonais até a base do pára brisas. A partir de 1999, quando a linha sofreu uma reestilização, o Cuore passou a ser contornado por um discreto filete cromado.
No pára-choque dianteiro, tomadas de ar e faróis auxiliares completam o conjunto equilibrado. O capô, que se abre por completo junto com parte dos pára-lamas, é confeccionado com um material composto de alta tecnologia denominado KMC, que utiliza principalmente resina de poliéster e fibra de vidro, otimizando a capacidade de absorver impactos de média intensidade sem sofrer avarias.
O agrupamento das luzes traseiras é simples e lembra muito o Alfa Romeo 164, que também foi projetado pela Pininfarina. Destaque para o suave caimento da traseira.
De perfil o carro também impressiona, com sua linha de cintura diagonal, que dá continuidade aos vincos do pára-choque dianteiro, atravessam a lateral diagonalmente e se encontram numa espécie de “gola” atrás do habitáculo onde ficam o brake-light e o compartimento que abriga a capota.
Já sua traseira é simples e agradável, com pára-choque integrado à carroceria e uma grande faixa horizontal, que lembra muito o Alfa 164 também projetado pela Pininfarina que agrupa lanternas, piscas, luzes de freio, neblina e ré. O esportivo foi projetado para rodar somente sem teto, propiciando prazer ao dirigir nos dias ensolarados, mas caso for preciso, há uma pequena capota de lona com acionamento elétrico (opcional), que em poucos segundos o protege de uma chuva inesperada.
- O nome Spider, que significa aranha em inglês, era antigamente usado para nominar um tipo de carruagem leve e frágil, puxada por um único cavalo. Por ter suas quatro rodas altas e grande agilidade, criou-se a associação com o aracnídeo. Curiosamente, apesar da origem inglesa, o termo é mais utilizado por italianos, franceses e alemães, para classificar pequenos esportivos conversíveis de apenas dois assentos. Na Inglaterra esses carros são chamados de two-seaters (dois assentos) e nos Estados Unidos são conhecidos como Roadsters (estradeiros). A Alfa Romeo utiliza a nomenclatura desde 1911, quando lançou seu primeiro carro nessa categoria, utilizando por tradição o nome até hoje.
Estilo não é mesmo brincadeira para o Spider, que em 2002 ganhou o título de Design do Ano, também pela revista Car, além de ser considerado o “mais belo carro do mundo” pela critica especializada da Europa. Motivos não faltam, nesse que também é um dos mais bonitos Alfas de todos os tempos.
Mas não é só na beleza que o Spider mostra o seu vigor esportivo. O motor usado no modelo também é pura esportividade. Trata-se do mesmo motor que equipa o sedã 166, o tradicional V6 24 válvulas com 2.959 cm³ que desenvolve 220 cavalos de potência e pode levar o pequeno conversível a 250 Km/h e ir de 0 à 100 km/h em apenas 6,7 segundos. Esse motor é o disponível atualmente na linha, sendo que no início de suas vendas, em 1995, o Spider só podia ser comprado com o V6 de 12 válvulas, que já equipou o 164. Também já foi disponível em outra versão, apenas na Europa, com o famoso motor 2.0 Twin Spark.
O motor V6 de 24 válvulas de 220cv garante um ótimo desempenho graças ao menor peso. Em 1999 o mesmo motor teve sua cilindrada aumentada para 3.179 cm³.
Equipado apenas com câmbio de 5 marchas, ao contrário de seus irmãos mais modernos que possuem super-câmbios, o Spider se sai bem em qualquer condição, podendo até subir ladeiras à 40 Km/h utilizando a terceira marcha, tamanho o desempenho do conjunto motor/câmbio. O único defeito mecânico que o carro apresenta, segundo os Alfistas, é possuir a tração dianteira.
A estabilidade do carro é surpreendente, como a de todo bom Alfa, garantida graças à suspensão independente nas quatro rodas, sendo na dianteira do tipo McPherson e na traseira o tradicional sistema da Alfa Romeo de Quadrilátero, com uma calibragem mais rígida e esportiva. Suas belas rodas de setores circulares de aro 16 são calçadas por pneus 205/50. Graças a essa configuração e a baixa altura em relação ao solo (14 centímetros), é possível andar rápido e com segurança em curvas de qualquer tipo, sem perder o controle.
O mais incrível de tudo é que o Spider é um esportivo puro, ou seja, sem nenhum auxílio eletrônico como controle de tração ou o sistema VDC, usado nos Alfas GTAs, e mesmo assim proporciona segurança em qualquer circunstância.
Quanto ao item segurança, o Alfa Spider está bem servido. O modelo possui reforços para preservação do habitáculo em caso de capotamento, colunas do pára-brisa com tubos de reforços, barras nas portas, travessas longitudinais e transversais e outros dispositivos que garantem proteção aos passageiros em caso de colisão. Os itens de série que compõem este conversível são o airbag duplo, cinto de segurança pré-tencionado e freio a disco nas quatro rodas com ABS.
O interior é muito luxuoso, com qualidade no acabamento em mínimos detalhes. O design do painel também relembra os esportivos da Alfa Romeo nos anos 70, com os instrumentos analógicos em mostradores redondos, todos voltados para o motorista.
Atrás do volante revestido em couro, ficam o conta-giros e o velocímetro, de grande tamanho. Já no painel central, voltado ao motorista, estão o marcador de combustível, o tradicional relógio analógico e o marcador de temperatura do motor, completando essa obra-prima tão bela quanto suas linhas exteriores.
O painel também recebeu inspiração nostálgica, com todos os instrumentos analógicos voltados para o motorista. Em 1999 houve uma pequena reestilização no console central.
Requintado, os bancos de couro estão disponíveis como equipamento de série, mas se o dono quer ainda mais esportividade pode pedir o Spider com bancos esportivos de couro da italiana Momo, costurados à mão e que possui abas laterais ainda maiores, para segurar o corpo do “piloto” nas curvas bem feitas.
Outros equipamentos disponíveis de série são o ar-condicionado, retrovisores aquecidos, acionamento elétrico dos vidros e capota (opcional), travas elétricas das portas, comando elétrico de abertura do porta-malas, rádio toca-fitas e check-control no painel de instrumentos. O equipamento de som é de boa qualidade, sendo disponível um rádio CD player e caixas de som. Como opcional o Spider pode ser equipado com uma disqueteira para seis discos e navegador por satélite, além da pintura metálica.
A posição de dirigir é muito boa, com o volante em uma posição ideal e a manopla de câmbio bem perto da mão do motorista, que junto ao banco baixo garantem uma grande diversão. O único inconveniente é o porta-malas que é muito pequeno, como todo bom esportivo, comportando apenas 95 litros de bagagem.
A posição de dirigir do Spider beira à perfeição; um acessório opcional que não pode faltar no carro são os belos bancos esportivos exclusivos fabricados pela Momo.
O Alfa Romeo Spider
No Brasil
O Alfa Romeo Spider foi lançado no Brasil com todo Glamour no GP de Fórmula 1 em Interlagos, no ano de 1996. Na época o carro custava pouco mais de 50 mil dólares. O seu irmão, o Alfa GTV foi lançado pouco tempo depois custando 40 mil dólares. Os dois foram importados em pequenos lotes para o país até o final de 1999, não havendo importações oficiais do modelo 2000, que havia sido reestilizado na Europa.
Inicialmente os carros recebiam o motor V6 de 12 válvulas, mais em meados de 1997 já era possível adquirir o modelo com o potente 24v. Infelizmente os modelos não são mais importados, o que seria muito bom para a marca, graças aos preços competitivos dos esportivos na categoria.
O Alfa Romeo Spider
EM 2007, DE VOLTA AOS EUA
O último modelo que a Alfa Romeo importou para os Estados Unidos era o sedã 164, que por apresentar muitos problemas caiu no desgosto dos americanos, grandes apreciadores da marca, e parou de ser importado em 1995. A marca está preparando uma volta ao maior mercado do mundo, e em grande estilo. Para isso desenvolveu uma nova geração do Alfa Spider, baseado no coupé Brera. Esse novo esportivo será referência em tecnologia e desempenho para todo o resto da linha que a marca pretende oferecer mais tarde.
Os americanos esperam a volta, marcada para segunda metade de 2007, da prestigiosa marca à seu país com esse novo Alfa Spider, um substituto à altura da beleza, classe e esportividade.
No início de 2005, tivemos uma idéia do que seria o novo Alfa Spider. O protótipo foi revelado em agosto e sua versão final foi apresentada no 76º Salão de Genebra, de 02 a 12 de Março de 2006.
por Johnny Carvalho. Texto revisado por Eduardo Guerra.
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