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Modelos produzidos pela FNM - Alfa Romeo

O artigo traz um breve histórico dos carros FNM/Alfa Romeo produzidos na Fábrica Nacional de Motores (FNM) de 1960 a 1986.

FNM 2000 JK (1960 - 1968)

O primeiro modelo fabricado pela marca, baseado no italiano Alfa Romeo 2000 Berlina. Foi o pioneiro no câmbio de cinco marchas, duplo comando de válvulas, pneus radiais e cabeçote do motor em alumínio. Era o carro mais luxuoso na época, com equipamentos que só se encontrava nos importados. Em 1964, por motivos políticos, o nome do carro passa a ser somente FNM 2000.

FNM 2000 TIMB (1966 -1968)

Nascido para se chamar JANGO, o esportivo da linha acabou virando TIMB (Turismo Internacional Modelo Brasileiro) por causa do golpe militar. Possuía motor mais forte, com carburador de corpo duplo, 160cv de potência e alavanca de câmbio no assoalho. Esteticamente as principais mudanças estavam na dianteira mais aerodinâmica.

FNM 2000 Onça (1966 - 1968)

Apresentado no salão do automóvel em 1966, o FNM Onça foi produzido manualmente em pequena escala. Tratava-se de uma das várias tentativas de construir um Grã Turismo nacional. Na moda nacionalista da época, seu nome evocava a ferocidade do felino tipicamente brasileiro.

Só a dianteira mantinha vínculo com os Alfa Romeo. Semelhante à do Giulia italiano, o desenho fazia jus ao apelido de "Mustang brasileiro". A carroceria de fibra de vidro era montada em um chassi de 2000 TIMB encurtado em 22 cm. Com 115 cv, o motor tinha 20 cv a mais que o sedã básico. Em vez de na coluna de direção, o câmbio vinha no assoalho e com 260 kg a menos atingia 175km/h.

FNM 2150 (1969 - 1972)

No final de 1968, no Salão do Automóvel, foi lançado o modelo FNM 2150. O carro era uma inovação do já conhecido FNM 2000, apresentando algumas modificações como sua grade frontal, tornando-se mais aerodinâmica. O motor teve sua cilindrada aumentada de 1975 cc para 2132cc, dando origem ao 2150 do nome, com 125 HP.

Foi adotada uma nova proposta estética que visava deixar o carro com uma aparência mais limpa. Os bancos dianteiros passaram a ser individuais e a alavanca de câmbio vinha posicionada entre os bancos. Em 1971, o modelo 2150 sofre nova re-estilização frontal, com um scudetto de novo desenho além de novos frisos na grade de ventilação. O modelo foi o primeiro a ser fabricado sob gestão da Alfa Romeo italiana.

Alfa Romeo 2300 (1974 - 1978)

O primeiro modelo nacional já com o nome Alfa Romeo, tinha um belo design inspirado em seus irmãos europeus, sendo um projeto totalmente novo e com inúmeras inovações tecnológicas para a época como freio à disco nas quatro rodas. Com motor de quatro cilindros e 2310cm³, o novo Alfa desenvolvia 140cv de potência, atingindo uma velocidade máxima de 165 km/h, tal desempenho era considerado satisfatório para os padrões da época, levando em conta o seu peso que era de quase 1,5 toneladas.

O 2300 marcou o início da marca Alfa Romeo no Brasil, com a mesma qualidade dos carros italianos.

No salão do Automóvel de 1976 é apresentado o 2300 B (inicial de Brasil). O carro substituía o 2300 básico, trazendo algumas modificações e sanando algumas falhas do modelo anterior. A parte central da grade dianteira ficou um pouco maior, e foram reestilizadas as lanternas traseiras. O painel também foi redesenhado, ficando mais completo. Em 1977 passou a contar com as famosas maçanetas embutidas nas duas versões disponíveis (B e TI), item que se tornaria febre em acessório para outros carros, sendo facilmente vista adaptações em Fuscas e outros nacionais.

Em 1978 ocorreu a transferência da linha de montagem de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro para as instalações da Fiat Automóveis, em Betim, Minas Gerais. Das 4.017 unidades do Alfa 2300 produzidas neste ano, 2.779 saíram de Duque de Caxias e as demais 1.238 de Betim.

O 2300 Ti vinha com grandes inovações como painel de instrumentos redesenhado, Cuore Sportivo maior e as famosas maçanetas embutidas, que viraram acessório comum.

Alfa Romeo 2300 Ti (1977 - 1986)

O 2300 Ti (sigla de Turismo Internacional) trazia um acabamento ainda mais sofisticado, com painel revestido de mogno legítimo e volante com regulagem de altura, oferecia toca fitas e antena elétrica. Ainda contava com a exclusiva e luxuosa cortina no vidro traseiro para proteção solar. O ar condicionado possuía saídas para o banco traseiro, o que muitos nacionais hoje não oferecem. Em 1980 passa a se chamar Ti-4 (por causa da carburação quádrupla, com dois carburadores de corpo dulplo). Também nesse mesmo ano é lançada a versão SL do Alfa 2300, um pouco mais simples que o Ti-4.

A evolução continuava com o luxuoso Ti, que já vinha com rádio toca-fitas e antena elétrica e cada vez mais acessórios exclusivos estavam na lista de equipamentos dos Alfa Romeos.

A principal novidade mecânica desse ano, era a direção hidráulica progressiva, leve e macia em baixa velocidade, porém firme e rígida em alta velocidade.

Em 1981, foi lançado o novo motor à Álcool, na versão denominada "Álcool Ti", mais barato na compra graças aos benefícios tributários do programa Próalcool, mas apesar disso, o modelo não teve êxito comercial.

Em 1983, o 2300 recebeu algumas mudanças de acabamento e detalhes estéticos, como grafismo e cores do painel de instrumentos, recebeu também acionamento elétrico dos vidros, retrovisores, porta-malas, tampa do tanque de combustível e bloqueio das portas.

Em 1985 aconteceu a sua última reestilização, com novos pára-choques, grade dianteira redesenhada e lanternas traseiras maiores, novo volante, e opcionalmente, rodas de liga-leve.

O 2300 era um dos mais caros automóveis do País, mas mantinha o seu público tradicional, embora com demanda bastante limitada.

A Fiat decidiu parar de produzi-lo em 1986. Neste ano foram fabricadas 254 unidades, sendo 251 a gasolina e 3 a álcool. O substituto do Alfa Romeo 2300 só iria chegar em 1991 com o Fiat Tempra, que não tinha tanto luxo e era um carro médio, apesar de ser classificado como superior.

Apesar de toda a reestilização que o Alfa Romeo Ti-4 recebeu em 1985, com uma nova grade e mais equipamentos, o carro sai de linha devido a pouca demanda de produção.

A produção do Alfa Romeo 2300, de 1974 a 1986, totalizou 29.954 unidades, segundo dados e registros da ANFAVEA

por Johnny Carvalho

colaborador Michael Swoboda

Reportagem retirada do site Alfa Romeo Web sob autorização