ALFA ROMEO BR

Ele vem jovem, bonito, forte e veloz. O menor dos Alfa Romeo chega ao Brasil armado de seu belo estilo e uma ferocidade surpreendente. Imagine o motor do esportivo Alfa 155 equipando um carro compacto do tamanho aproximado do Tipo: o resultado é uma ferocidade surpreendente para o tamanho e as linhas elegantes do novo Alfa 145 que chega ao Brasil. Um lobo em pele de cordeiro.

Dois volumes, três portas e ampla área envidraçada, o 145 tem estilo muito personalizado. Na frente, sobressai o amplo escudo da Alfa Romeo, marca que volta ao Brasil em grande fase de renovação. Seu aspecto musculoso, sobretudo quando visto de frente, é marcado pelo relevo em V no capô, com vértice no escudo da Alfa, que toca o pára-choque e salienta as linhas da grade. Desse ponto central também se projetam as abas laterais do capô, que encobrem os faróis estreitos e se encontram com as linhas dos pára-lamas. Dos lados, o estilo se define pela ranhura que liga os faróis às lanternas e também serve de apoio às maçanetas, bem como por uma ligeira e original sinuosidade no parapeito das janelas frontais.

Na pista, o top de linha Alfa 145 Quadrifoglio lançado no fim do ano na Europa, chega a 210 km/h.. Na traseira, o V se repete, bem largo, abaixo do vidro, tendo o limpador alojado no vértice e o logotipo da marca logo abaixo. A ranhura lateral termina atrás, definindo o contorno superior das altas lanternas. O conjunto dos grossos pára-choques e das saias laterais, que envolve o carro, enfatiza o aspecto musculoso, em contraponto harmônico com as linhas elegantes, além de acentuar a idéia de um carro bem preso ao chão.

Todo o interior, especialmente o painel, foi projetado de modo bem objetivo, funcional e despojado, para garantir o máximo de espaço, comodidade e luminosidade. E, no conjunto, o projeto buscou não exatamente agradar os fãs alfistas, mas conquistar novos adeptos para a marca, sobretudo entre jovens e mulheres.

Aliás, neste que é o menor dos Alfa Romeo – justamente o ingresse de novos clientes - , o estilo marcante e motorizações de alto rendimento têm atraído jovens europeus desde seu lançamento, em fins de 1994. Não foi por acaso que, a partir de então, as vendas da Alfa na Europa cresceram 35% no primeiro semestre do ano passado em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em boa parte responsável por esse crescimento, o 145 chega ao Brasil nas mais recentes e potentes versões, que vem coroar seu sucesso: o esportivo 145 Quadrifoglio, que estreou em setembro último no Salão de Frankfurt e já em outubro nos era mostrado no Brasil Motor Show, além de um inédito 145 2.0. Ambos chegam equipados com o avançado motor Twin Spark de 2 litros, duplo comando, 16 válvulas e 150 cv (praticamente o mesmo propulsor do recém lançado Alfa 155), além de freios a disco (ventilados na frente) com ABS de série. Potencialmente, são carros que devem atrair um público de alto nível, sobretudo profissionais liberais, bem como famílias que tenham mais de um automóvel. O motor é o mesmo nas duas versões que chegam: o avançado Twin Spark de 16 válvulas e 150cv, de nova geração, que oferece quase todo o troque a apenas 2.500 rpm.

O lançamento confirma a estratégia da Alfa Romeo, de oferecer ao Brasil exclusivamente as versões de máximo desempenho de seus modelos. E repete, como ocorreu com o 155, a prática de apresentar duas opções de acabamento – uma delas acentuadamente esportiva – com a mesma motorização. Desta vez, contudo, o Alfa 145 2.0, dotado de acabamento mais clássico, é exclusividade brasileira (na Europa a versão mais potente abaixo do Quadrifoglio é o 1.7 16V, de 129cv). No aspecto, alguns detalhes esportivos compõem a estética mais agressiva do Quadrifoglio em relação ao 145 2.0. Por fora, as distinções são rodas de liga com desenho exclusivo, retrovisores e maçanetas na cor da carroceria e o trevo de quatro folhas – símbolo tradicional da linha esportiva da Alfa – aplicado em relevo na ponta de trás das saias e na tampa traseira. Ele também tem uma cor exclusiva, o cereja metálico (além de vermelho Alfa, vermelho Proteo, cinza Titânio e preto).

Na tampa da mala, o emblema oculta a fechadura: estilo e criatividade. Detalhe das rodas esportivas e do trevo de quatro folhas na ponta traseira da saia lateral.. Por dentro, volante e empunhadura da alavanca de câmbio são revestidos de couro com pespontos vermelhos, o material do painel é mais escuro e os bancos tem formato envolvente e revestimento diferenciado, em tons de cinza (na outra versão, o revestimento tem tecido colorido). Na mecânica, embora o motor seja o mesmo, três diferenças sensíveis favorecem a condução esportiva: o Quadrifoglio vem com relações de câmbio um pouco mais curtas, sua suspensão tem calibragem mais firme e os pneus são mais largos.

Todo o projeto foi pensado para conquistar novos adeptos. O interior privilegia o espaço e a comodidade, sem rebuscamentos. No Quadrifoglio, voltante revestido de couro e bancos esportivos. O mais avançado motor de que a Alfa Romeo dispõe hoje – pertencente à nova família modular produzida na fábrica do grupo Fiat em Pratola Serra, Itália – faz maravilhas com o 145. É um motor que acrescenta ao bom desempenho qualidades como elevada potência específica (nada menos que 76cv/litro), suavidade de funcionamento comparável à de um seis cilindros (o torque e a potência chegam rapidamente, mas sem trancos), economia de combustível, baixo nível de emissões e necessidade mínima de manutenção.

Responsável por tudo isso, uma tecnologia que concentra soluções avançadas: quatro válvulas por cilindro (duas de admissão e duas de escape, o que eleva a potência), ignição dupla em cada cilindro (twin spark, a solução típica da Alfa para favorecer uma queima mais completa da mistura, otimizando o rendimento) e comando de válvulas variável (um mecanismo variador eletro-hidráulico atua sobre o comando de válvulas de admissão, para assegurar rendimento homogêneo em todos os regimes de rotação e minimizar o consumo de combustível e as emissões).

Com esse motor e gasolina européia, o Alfa 145 Quadrifoglio chega aos 210 km/h, acelera de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e de 0 a 1000 metros em 29, 4 segundos. Apesar do desempenho, um consumo contido: 16,13 km/litro a 90 km/h constantes, 12,5 km/litro a 120 km/h e 9,90 km/l na cidade.

Dirigir o Quadrifoglio é, no mínimo, emocionante: para quem já conheceu os poderes desse novo motor no 155, neste compacto de concepção mais recente as sensações de renovam e multiplicam. Á resposta instantânea e fluida – já a 2500 rpm se obtém 90% do torque de 19 kgm – se acrescentam a leveza e a agilidade do conjunto. O 145 2.0 não é menos surpreendente: a ausência do trevo e de outras exclusividades do Quadrifoglio não deve iludir ninguém, já que o motor é o mesmo, apenas com relações de marcha mais longas. Ele assegura o comportamento desejado por quem não abre mão do desempenho, mas costuma praticar uma condução tranqüila. Já para quem prefere mais agressividade e firmeza, a opção deve ser mesmo o Quadrifoglio.