ALFA ROMEO BR

Fundada em 1906 por Alexandre Darracq, um fabricante de carros francês, a Darracq Italiana Sociedade Anônima tinha alguns investidores italianos, entre eles Cavaliere Ugo Stella, um aristocrata de Milão.

A localização inicial da empresa era em Nápoles, mas antes mesmo de a construção da fábrica planejada começar, Alexandre Darracq decidiu, ao final de 1906, que Milão seria mais adequada e adquiriu um terreno em Portello, subúrbio de Milão.

Ao final de 1909, os carros italianos Darracq estavam vendendo mal e a empresa foi encerrada. Ugo Stella, juntamento com outros co-investidores italianos, fundaram uma nova empresa chamada A.L.F.A. (Anonima Lombarda Fabbrica Automobili), comprando os ativos da italiana Darracq que estava em processo de dissolução.

Fundada em 24 de Junho de 1910, a nova empresa precisava de um novo logotipo e dois símbolos tradicionais de Milão foram escolhidos para compor novo distintivo.

A metade esquerda do emblema estampa a cruz da cidade. Uma cruz vermelha usada pelos soldados medievais milaneses durante as Cruzadas e que pode também ser considerada a Cruz de Santo Ambrósio ou a Cruz de São Jorge.

Na metade direita, temos a serpente dos Visconti. Também conhecida como Biscione, era o símbolo da influente família Visconti, desde o século 11 em Milão. Quando os Visconti ganharam o controle da cidade, em 1277, o Biscione tornou-se associado à própria Milão e ainda pode ser encontrado em muitos edifícios e monumentos por toda a cidade.

Ambos os símbolos foram incluídos em um disco com a inscrição ALFA MILANO impressa na borda, divididos por dois nós da dinastia Savoy. De acordo com a própria Alfa Romeo e indo de encontro à crença popular, o homem não estava sendo devorado e sim emergia da serpente como um novo homem.

Em 1912 as letras ALFA MILANO foram modernizadas e tornaram-se brancas. Há pouquíssimas refências sobre este logotipo.

Logo após o engenheiro Nicola Romeo assumir o controle da companhia em 1915 e ao término da Primeira Grande Guerra, seu sobrenome foi adicionado ao logotipo, que passou a exibir ALFA ROMEO MILANO impresso na borda. Com a adição do sobrenome, os dois nós da dinastia Savoy foram movidos um pouco para baixo e deixaram de estar alinhados horizontalmente com o centro do círculo.

A mudança de 1925 trouxe um segundo contorno ao emblema: uma coroa de louros dourada foi colocada em torno da moldura azul, para comemorar a vitória da Alfa Romeo P2 no primeiro Campeonato Mundial de Automóveis, um precursor da atual competição de Fórmula 1. A coroa de louros foi mantida por mais de 50 anos, até o redesenho de 1982.

Pode-se notar também que os nós foram redesenhados e que a serpente sofreu leves alterações, ficando menos realista.

Após a Segunda Guerra Mundial as máquinas que produziram os logotipos instalados nos veículos foram destruídas, e foi criada nova uma versão do logotipo.

Foram utilizadas apenas as cores vermelha e amarela. Todos os elementos gráficos em amarelo foram colocados em um círculo vermelho sólido com uma moldura de ouro fina e os nós que faziam referência à dinastia dos Savoia foram eliminados, sendo substituídos por duas linhas onduladas. Outra mudança foi a retirada do hífen entre os nomes Alfa e Romeo. A pessoa que a serpente devora também foi colocada em um ângulo. Esse redesenho dramático na história da Alfa foi também o que teve menor duração.

O logotipo em cores voltou com um contorno prateado no ano em que a Alfa Romeo conquistou o título inaugural do Campeonato Mundial de Fórmula 1, com Giuseppe "Nino" Farina ganhando o título em um Tipo 158, também conhecido como "Alfetta". A Alfa venceu novamente em 1951 com Juan Manuel Fangio em um Tipo 159, movido por um motor de oito cilindros em linha supercharged de 1,5 litros e 425 hp, capaz de atingir 190 mph (cerca de 305 km/h). (Era um devorador de metanol, conseguindo apenas 1,2 mpg!) A Alfa se retirou da Fórmula 1 em 1952 para se concentrar em carros de produção em massa mais rentáveis, como o modelo 1900.

Pequena simplificação do design manteve o contorno dourado de todas as letras, da cruz e da serpente, mas a textura elaborada das escamas do corpo da serpente, a figura humana, a textura ondulada na borda e a textura de linhas verticais na cruz vermelha foram todas suavizadas.

Após a inauguração da fábrica onde seriam produzidos os Alfasud, em Pomigliano d'Arco, a palavra MILANO e as linhas onduladas foram removidas.

Podemos notar ainda que a serpente, o homem e a coroa foram completamente redesenhados, passando a ser "menos reais" e graficamente mais próximos a um desenho estilizado.

A coroa de louros foi finalmente removida e o diâmetro do logotipo foi aumentado. O nome ALFA ROMEO passou a ser dourado.

Este logotipo foi utilizado em todos os modelos que foram comercializados no Brasil, desde as primeiras Alfa Romeo 164 que desembarcaram no país em 1990 até o fim das importações em 2005, quando recebemos algumas unidades da Alfa Romeo 147 facelift.

Um novo e belo logotipo foi introduzido em 2015, com uma combinação perfeita entre geometria e proporção. Cada elemento tem uma cor específica, expressando uma personalidade ousada e contemporânea. A textura piramidal do fundo marca o caráter da marca. Dois tons diferentes de cinza se fundem em um contraste tridimensional de iluminações e sombras.

Podemos perceber que a tipografia das letras foi moderenizada, as cores foram reduzidas e realçadas e que o logotipo perdeu a linha vertical entre a cruz e a serpente presente desde o 1910 e suprimida apenas durante a guerra.